terça-feira, 11 de setembro de 2012

Um planeta faminto e a agricultura brasileira.


Agronegócio deve superar meta de exportações neste ano.



O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Mendes Ribeiro, anunciou nesta terça-feira(19) que o agronegócio brasileiro pode superar a meta de US$ 100 bilhões em exportações neste ano, com aumento de 5,7% em relação a 2011.
“Embora tenhamos tido problemas de mercado com a Rússia e a Argentina, outros mercados estão se abrindo", disse o ministro, referindo-se às atuais barreirascomerciais impostas pelo governo argentino a váriosprodutos  e ao bloqueio russo sobre as exportações de carne suína e bovina do Brasil. A China e o Japão estão entre os países com os quais o Brasil pretende ampliar negócios nos setores suíno e bovino.,Mendes Ribeiro participou, nesta manhã, do seminário Segurança Alimentar e Sustentabilidade no Agronegócio, no Espaço Humanidade 2012, evento paralelo à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que está sendo realizado no Forte de Copacabana.
O ministro também elogiou o novo Código Florestal que, segundo ele, vai servir para aprimorar a regulamentação ambiental no Brasil, e servirá de referência para o mundo.
Dados do Ministério da Agricultura mostram que as exportações do agronegócio brasileiro somaram cerca de US$  97 bilhões em 12 meses até maio. No ano passado, as exportações chegaram a US$ 94 bilhões.

Por dentro do Agronegócio, com Armando Portas - Brasil: O quarto doador de alimentos do mundo!


Painel Brasil - Superávit da balança comercial do agronegócio.





quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Brasil colherá safra recorde em 2012 apesar de perdas.


A colheita de cereais, leguminosas e oleaginosas em 2012 será 0,1% superior a de 2011 (160,1 milhões de toneladas), até agora a maior do país.


Rio de Janeiro - O Brasil colherá neste ano uma safra recorde de grãos de 160,3 milhões de toneladas apesar das fortes perdas sofridas por alguns cultivos no primeiro trimestre, segundo uma nova  revisão divulgada nesta terça-feira pelo IBGE.
A colheita de cereais, leguminosas e oleaginosas em 2012 será 0,1% superior a de 2011 (160,1 milhões de toneladas), até agora a maior do país.
A nova previsão foi elaborada com base nos dados recolhidos em maio e mostram que a colheita se recuperará após as perdas sofridas nos primeiros meses do ano pela seca que afetou a região sul.
Segundo o IBGE, a economia brasileira registrou no primeiro trimestre um crescimento de apenas 0,2% frente ao último trimestre de 2011, o que foi causado em parte pelo fraco desempenho da agropecuária.
A produção agropecuária no primeiro trimestre foi 7,3% inferior ao do último trimestre do ano passado, e 8,5% menor do que a dos três primeiros meses de 2011.
Essa redução foi causada pela redução da produção da soja (-11,4%), arroz (-13,8%) e tabaco (-15,9%).
Apesar disso, a área colhida neste ano chegará a 49,9 milhões de hectares, número 2,5% superior a 2011.
Após o ocorrido no primeiro trimestre, o Brasil terminará 2012 com uma produção de soja 12,4% e de arroz 13,5% inferiores a 2011. As perdas serão compensadas pelo milho, cuja produção aumentará 21,7%.
A produção total de milho chegará a 68,5 milhões de toneladas depois que os produtores aumentaram em 12,4% a área plantada. A soja, o milho e o arroz são os principais produtos agrícolas do Brasil e representam 91% do total da produção e 84,6% da área semeada.
Segundo a nova previsão, dos 26 itens analisados, 13 terão uma produção maior este ano.
Os cultivos que mais aumentarão a produção, além do milho, são o algodão, com uma colheita 4,6% superior a 2011, aveia (10,7%), café (16,3%), cana-de-açúcar (4,2%), cebola (1,5%), cevada (11,2%) e laranja (0,1%).
Dos treze produtos que terão uma colheita menor, além de soja e arroz, destacam-se o cacau (-2,2%), mamona (-57,9%), sorgo (-7,2 %) e trigo (-10,9 %). 

A influência do mercado externo de grãos.

sábado, 25 de agosto de 2012


O Clima e o Impacto na Cultura de Grãos 

'' A ausência de chuva nos últimos meses acabou causando prejuízo a safra brasileira de grãos ''




VICE DE AGRONEGÓCIO DO BB SINALIZA QUE JUROS DO PLANO SAFRA PODEM SER REDUZIDOS


As taxas de juros do Plano Safra 2012/13, que deverá ser anunciado no dia 1º de julho, poderão ser reduzidas. A sinalização foi dada pelo vice-presidente de Agronegócio do Banco do Brasil (BB), Osmar Dias, durante o Fórum ABAG-Cocamar - Integração Lavoura, Pecuária e Floresta, realizado na sexta, 18, em Maringá (PR), durante a 40ª edição da Expoingá.

"Queremos reduzir as taxas. A proposta já existe e precisa de aprovação do Conselho Monetário Nacional (CMN) para vigorar no próximo Plano Safra", confirmou Dias. Segundo o vice-presidente de Agronegócio do BB, a ideia é reduzir de 6,75% para 4% a taxa para custeio dos produtores que optarem pelo seguro rural. Os demais permaneceriam com a taxa atual. Para investimento, a proposta do BB é de corte da taxa para 4%. Para o médio produtor, o juro seria ainda menor: 3,5%.


Além da redução nas taxas, Osmar Dias também anunciou ter solicitado a criação de crédito renovável. "Seria uma medida para revolucionar a tomada de crédito no Brasil. Em vez do produtor renovar o cadastro todo ano, seria aprovado um limite de cinco anos. Ao pagar a parcela, o cadastro seria renovado automaticamente", disse, acrescentando esperar que as medidas sejam aprovadas pelo CMN e anunciadas no próximo Plano.


Em relação ao seguro rural, Dias afirmou que o governo e o Banco estão em fase de estudos, visando apresentar um modelo novo. "Estamos abertos a propostas do setor. Não só no que diz respeito ao seguro, mas também a qualquer medida que vise modernizar o atual modelo de crédito agrícola brasileiro", completou.

Código Florestal


O vice-presidente de Agronegócio do Banco do Brasil (BB), Osmar Dias, fez duras críticas ao movimento "Veta Dilma", que tem como objetivo impedir a aprovação do Código Florestal pela presidente.


Segundo Dias, "são pessoas que nunca pisaram em uma fazenda, que estão sendo financiadas por grupos estrangeiros, que não souberam cuidar do meio ambiente em seus países". O ex-senador lembrou das ácidas críticas direcionadas por representantes da União Europeia ao Código, já aprovado no Congresso, quando esteve em Londres, em missão junto com o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho. "Desafiei o representante a adotar as medidas do nosso código e ver se o resultado não seria muito melhor na União Europeia".


Dias relembrou que o Brasil preservou 70% das florestas primárias, enquanto a Europa teve índice de 0,3%. "Os números mostram que o produtor brasileiro preservou recursos naturais. Usamos pouco para produzir muito", completou Dias.

Ainda sobre o Código, o vice-presidente de Agronegócio alertou que se a presidente Dilma não aprovar o texto "perderemos mais um ano enrolados com regras ambientais, que visam prejudicar a produção agropecuária". Segundo ele, "precisamos acabar com esta conversa mole sobre o produtor, por fim a essa conversa mole sobre o código".


Para o ex-senador, o código teria que ser ambiental e não florestal, dividindo a responsabilidade do produtor com o poder público, que não fez investimentos necessários em saneamento público, por exemplo. Osmar Dias anunciou ter enviado documento à presidente solicitando que a faixa de mata ciliar oscile entre 5 metros e 100 metros. "O produtor adotaria o equivalente à metade da extensão do rio, nas duas margens, com exceção de propriedades com menos de quatro módulos. Se o rio tiver 10 metros de extensão, seriam 5 metros para cada lado", completou.


Fonte : http://www.abag.com.br/index.php?mpg=03.01.00&acao=ver&id=212&pg=0

FÓRUM ABAG E COCAMAR


RIO+20 É A CHANCE DO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO MOSTRAR SUA GRANDEZA


A Conferência Rio+20, que acontecerá entre os dias 20 e 22 de junho, será a grande oportunidade para o setor mostrar a grandeza do agronegócio nacional. "A discussão principal vai ser a produção de mais alimentos de forma sustentável", apontou o presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), Luiz Carlos Corrêa Carvalho, durante o Fórum ABAG-Cocamar - Integração Lavoura, Pecuária e Floresta, realizado na sexta, 18, em Maringá (PR), na 40ª edição da Expoingá.

Na avaliação de Carvalho, a mídia tem que entender que o Brasil é o país do agronegócio e considerou a discussão sobre o código florestal histérica. O dirigente lembrou que o mundo depende do agronegócio brasileiro para se alimentar e destacou a importância do sistema de Integração Lavoura Pecuária e Floresta (ILPF) neste processo. "A ILPF será nova a revolução na agricultura, alimentando o mundo de forma sustentável. O mundo está olhando o Brasil e atenta para esta revolução tecnológica, com as cooperativas acelerando este processo", frisou.


Também presente na abertura do evento, o secretário de Agricultura do Paraná, Norberto Ortigara, afirmou que o foco não é mais discutir a ILPF, mas a velocidade em que o sistema deverá ser adotado pelos produtores. Ortigara garantiu que o governo do estado está empenhado em qualificar o quadro técnico, como forma de auxiliar na expansão da Integração. "Já temos um produtor mais preparado e estamos preparando novos profissionais qualificados. O governo tem disposição para fazer uma aliança, esta grande intervenção positiva, produzindo resultado para o agricultor e para a sociedade", concluiu.

O presidente da Cocamar, Luiz Lourenço, ratificou que a cooperativa acredita na ILPF. "Isso vai mudar a agricultura brasileira, pelo potencial de recuperação de área. Precisamos de uma mudança de atitude".



Fonte : http://www.abag.com.br/index.php?mpg=03.01.00&acao=ver&id=212&pg=0

Agronegócio deve superar meta de exportações neste ano.

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Mendes Ribeiro, anunciou nesta terça-feira (19) que o agronegócio brasileiro pode superar a meta de US$ 100 bilhões em exportações neste ano, com aumento de 5,7% em relação a 2011.


"Embora tenhamos tido problemas de mercado com a Rússia e a Argentina, outros mercados estão se abrindo", disse o ministro, referindo-se às atuais barreiras comerciais impostas pelo governo argentino a vários produtos e ao bloqueio russo sobre as exportações de carne suína e bovina do Brasil. A China e o Japão estão entre os países com os quais o Brasil pretende ampliar negócios nos setores suíno e bovino.

Agronegócio deve superar meta de exportações neste anoAgronegócio deve superar meta de exportações neste ano

Mendes Ribeiro participou, nesta manhã, do seminário Segurança Alimentar e Sustentabilidade no Agronegócio, no Espaço Humanidade 2012, evento paralelo à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que está sendo realizado no Forte de Copacabana.

O ministro também elogiou o novo Código Florestal que, segundo ele, vai servir para aprimorar a regulamentação ambiental no Brasil, e servirá de referência para o mundo.

Dados do Ministério da Agricultura mostram que as exportações do agronegócio brasileiro somaram cerca de US$  97 bilhões em 12 meses até maio. No ano passado, as exportações chegaram a US$ 94 bilhões.

Fonte : http://tribunadonorte.com.br/noticia/agronegocio-deve-superar-meta-de-exportacoes-neste-ano/223430

2013 será o ano dos recordes para o Agronegócio Soja

"A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (ABIOVE) projeta para a safra de soja 2013/2014 um volume recorde de 81,3 milhões de toneladas.


O Brasil será o maior produtor mundial enquanto os Estados Unidos não se recuperarem dos efeitos do clima adverso. O recorde anterior tinha sido de 75 milhões de t na safra 2011/2012. A ABIOVE também revisou a projeção para a safra 2012/2013, de 66,2 milhões de toneladas para 66,6 milhões t.

Os sojicultores brasileiros irão aproveitar a excepcional oportunidade de mercado proporcionada pelos elevados preços internacionais, decorrentes da quebra da safra norte-americana (14 milhões de toneladas), para expandir o próximo plantio da oleaginosa, de 24,9 milhões de hectares para 26,9 milhões de hectares e, desta forma, suprir a demanda mundial. Esse incremento de área se dará principalmente pela conversão de áreas de pasto degradado e daquelas ocupadas com milho, cuja produção está migrando para a chamada “safrinha”, que ocorre na entressafra da soja.

O Brasil deverá processar 38,5 milhões de toneladas de soja na safra 2013/2014, ante 35,3 milhões de t na safra 2012/2013, diminuindo a ociosidade do parque processador. As exportações de matéria-prima deverão crescer muito mais, passando de 30,5 milhões de toneladas para 37,5 milhões de toneladas. A exportação dos produtos (farelo e óleo) continuará sendo mais tributada do que a de soja em grão. Por isso, o Brasil perderá mais uma vez a oportunidade de agregar valor e gerar empregos aqui.  

A ABIOVE estima uma receita de exportação recorde de US$ 29,9 bilhões na safra 2013/2014, um aumento de US$ 6,5 bilhões em relação ao valor apurado na safra 2012/2013. O agronegócio soja estará entre os principais setores líderes da balança comercial brasileira.

Garantia de fornecimento de farelo de soja - Carlo Lovatelli, presidente da ABIOVE, destaca a prioridade ao atendimento do mercado interno. A indústria de óleos vegetais processará mais de 15 milhões de toneladas de soja no período de agosto/2012 a janeiro/2013, e garantirá o pleno abastecimento do mercado interno de farelo proteico destinado à produção de aves, suínos e ovos, não obstante a produção brasileira de soja, em 2012, ter declinado mais de 8 milhões de toneladas, em função da seca no Sul do país. Neste ano, haverá o fornecimento de 13,8 milhões de toneladas de farelo de soja para suprir a demanda interna.

“Recentemente, o setor reiterou ao governo brasileiro que a agilização da devolução dos créditos de PIS e Cofins e a inclusão do farelo de soja e do óleo de soja em bruto no Programa Reintegra contribuirão sensivelmente para melhorar a competitividade da indústria brasileira e aumentar a capacidade de retenção da matéria-prima para processamento local”, informa Lovatelli."

Fonte: http://www.midianews.com.br/conteudo.php?sid=4&cid=131372

Entrevista: Caminhos para o agronegócio sustentável

"Durante a Conferência da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável - Rio+20, em junho, a senadora Kátia Abreu (PSD-TO) representou a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil - CNA, entidade presidida por ela, e defendeu que os países que produzem alimentos sustentavelmente, como o Brasil, sejam compensados pela adoção de práticas corretas de produção.

InpEV -  Como a senhora avalia os resultados da Rio + 20 no que se refere à agricultura? Foram atingidos os objetivos esperados?

Senadora Kátia Abreu – A mudança de comportamento e de atitude em relação ao meio ambiente e à sustentabilidade e o aprofundamento deste debate no Brasil e no mundo, desde a Eco+92, marcam o saldo positivo deixado pela Conferência da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável - Rio+20. Faltou, no entanto, a definição de recursos efetivos para o financiamento da economia verde e de metas para o desenvolvimento sustentável. Sem essas iniciativas, a oferta global de alimentos e a competitividade do agronegócio brasileiro ficarão comprometidas. Defendi, na Rio+20, que os países que produzem alimentos de forma sustentável, como o Brasil, sejam compensados pela adoção de práticas corretas de produção. A discussão sobre esse tema específico pouco avançou devido à crise dos países desenvolvidos, que resistem em compensar as nações em desenvolvimento que produzem de forma sustentável, o que é ruim especialmente para o Brasil.

InpEV – Quais foram as principais propostas levadas pela CNA para o evento? 

Senadora Kátia Abreu – Encaminhamos à presidente da República, Dilma Rousseff, uma carta com as propostas da CNA para a Rio+20, ressaltando que o setor rural vem respondendo com rapidez e eficiência às demandas contemporâneas por desenvolvimento sustentável. O pagamento por serviços ambientais é uma das sugestões do documento, que trata, ainda, dos mecanismos para calcular a redução das emissões de carbono e gases de efeito estufa e da proposta de criação de um conceito mundial de Áreas de Preservação Permanente (APPs) nas margens dos rios, tema que tem sido defendido, no Brasil e no exterior, pela CNA, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) e Agência Nacional de Águas (ANA). É fundamental, neste debate, reduzir as assimetrias da regulamentação ambiental entre as nações, sem ferir o princípio da soberania.
A CNA propõe, ainda, o financiamento para recuperação de terra degradada e a implantação de um serviço de extensão rural, que capacite os produtores rurais para as práticas sustentáveis. Avaliamos que os insumos tecnológicos precisam ser democraticamente disseminados, especialmente para os pequenos produtores, para que possam produzir e garantir renda. No documento, a CNA também reforça a necessidade de assegurar o desmatamento zero na Amazônia, o que será possível com a adoção de tecnologias que incrementem a produção local sem a necessidade de abrir novas áreas de floresta nativa. Tenho defendido essa proposta desde 2009 e, para mim, ela continua atual.

InpEV - Como foi a repercussão das práticas sustentáveis já adotadas pelo Brasil? Como a senhora avalia a atuação do Sistema Campo Limpo (logística reversa de embalagens vazias de agrotóxicos) nesse cenário?

Senadora Kátia Abreu – Na Rio+20, a CNA liderou o espaço AgroBrasil, onde apresentou seus principais projetos e modelos de agricultura sustentável. No Pier Mauá, onde foi montando o estande, os visitantes puderam ver de perto uma maquete de 100 metros quadrados que mostra o funcionamento de uma propriedade rural dentro das exigências da legislação brasileira, com as Áreas de Preservação Permanente (APPs) e de reserva legal, além das tecnologias da agricultura de baixo carbono, como o plantio direto e a integração lavoura-pecuária-floresta.
Quem visitou o AgroBrasil também pode andar por um túnel multisensorial de 300 metros quadrados, que começa com uma propriedade rural degradada e se transforma em uma fazenda sustentável. Ao longo do caminho os visitantes participaram de jogos interativos em monitores instalados dentro do túnel e, ao final, conheceram uma propriedade rural recuperada, em um ambiente equilibrado, onde foi possível ouvir os sons da natureza. Também houve grande interesse pelas máquinas da agricultura de precisão e pela linha do tempo sobre a história da agricultura brasileira.
O interesse demonstrado pelo espaço do AgroBrasil mostra que a população quer conhecer a realidade do agronegócio brasileiro, que responde por 22,4% do Produto Interno Bruto (PIB), 37% das exportações e 1/3 dos empregos. No estande, foram disponibilizadas informações sobre a agropecuária brasileira, que produz grãos, carnes, madeira e matéria-prima para a produção de biocombustíveis em 27,7% do território nacional e preserva 61% do País com florestas nativas originais.
Essa iniciativa da CNA e das outras empresas que participaram do AgroBrasil se soma a outras ações positivas voltadas à sustentabilidade. Entre elas, podemos citar o Sistema Campo Limpo, que orienta e encaminha para destinação correta as embalagens vazias de agrotóxicos.  O crescimento de 9% do volume recolhido em 2011 mostra que os produtores rurais e a sociedade entenderam a importância e a contribuição desta prática para o gerenciamento sustentável das propriedades rurais e dos espaços urbanos, com resultados positivos para a saúde da população.

InpEV - Quais os próximos passos da CNA, levando em conta os avanços resultantes da Rio + 20?

Senadora Kátia Abreu – Nossa expectativa é que avance e ganhe novos adeptos a proposta da CNA, Embrapa e ANA de criação de um conceito global de Área de Preservação Permanente nas margens dos rios, para garantir a qualidade da água. O Brasil tem 12% da água doce do mundo e uma das legislações ambientais mais rígidas do planeta, que prevê a obrigatoriedade de manutenção, nas propriedades rurais, de áreas de APP e de reserva legal, que oscila, dependendo da região do País, entre 20% e 80% das fazendas. No entanto, essa não é uma realidade em outros países, especialmente nas nações desenvolvidas, que não impõem a seus produtores rurais restrições para o uso da terra.  Os esforços dos agricultores brasileiros para produzir de forma sustentável precisam ser reconhecidos e compensados, porque o custo da preservação de um bem coletivo não pode ser exclusivo de um grupo. Esse pagamento vai garantir que a remuneração seja oriunda não só da venda de grãos, carnes e de outros produtos agropecuários, mas também das práticas sustentáveis implementadas nas fazendas. Acabar com as assimetrias de regulamentação ambiental entre as nações, sem ferir o princípio da soberania, é fundamental no debate pós-Rio+20.

InpEV - Qual a expectativa para que os resultados alcançados se traduzam em avanços reais?

Senadora Kátia Abreu – Avanços reais mais significativos dependem de vários fatores. Entre eles, podemos citar a necessidade de criação de um fundo para financiamento de práticas corretas. Não dá para falar em economia sustentável sem poder contar com os recursos de um fundo, primordial também para financiar a recuperação de áreas degradadas. Na minha opinião, os recursos desse fundo precisam ser emprestados para pagamento com prazos mais longos e taxa de juro zero."

Fonte: http://www.cenariomt.com.br/noticia.asp?cod=227520&codDep=6

Banco do Brasil amplia oferta de cartões para o agronegócios


"Novos cartões serão apresentados a produtores rurais neste final de semana, na Expointer.

O Banco do Brasil vai apresentar seus novos cartões para o segmento de agronegócios no dia 27 de agosto (segunda-feira), na Expointer, feira agropecuária internacional realizada em Esteio, no Rio Grande do Sul. São os cartões Ourocard Agronegócio Elo (voltado para produtores rurais da pessoa física), Ourocard Empresarial Agronegócio Elo (destinado a agroempresas e cooperativas rurais) e Ourocard Agronegócio Visa Infinite (para clientes produtores rurais pertencentes ao segmento de alta renda).

Os cartões são de múltiplas funções e agregam, no mesmo produto, as funcionalidades de crédito, débito, bancária e financiamentos rurais. Mas a principal funcionalidade dos cartões Ourocard para o agronegócio é mesmo a possibilidade de aquisição de insumos, maquinários agrícolas e produtos agropecuários nos estabelecimentos conveniados com a utilização de recursos disponíveis nos financiamentos rurais contratados no Banco do Brasil. Esse é mais um importante instrumento facilitador na estratégia do BB de aumento das concessões de crédito.

Os cartões Ourocard Agronegócio Elo e Ourocard Empresarial Agronegócio Elo, nas versões físicas ou virtuais, marcam a estreia da bandeira Elo no segmento do agronegócio. Trata-se de bandeira totalmente brasileira, resultado de parceria com o Bradesco e Caixa Econômica Federal e cujo crescimento é estratégico para o BB. Os cartões Agronegócio também foram desenvolvidos em parceria com a Cielo S.A. O principal diferencial desses cartões é que, ao liberar o financiamento do agronegócio contratado no Banco do Brasil por esse meio, o cliente vai pontuar no programa de relacionamento ‘Ponto Pra Você’ do Banco do Brasil, que permite a conversão do saldo acumulado em milhas aéreas ou a troca por prêmios.

Outra novidade a ser divulgada pelo BB na Expointer é o produto Ourocard Agronegócio Visa Infinite, cartão internacional desenvolvido em conjunto com a bandeira Visa. O foco da oferta desse produto é agregar maiores benefícios e requinte, incluindo, ainda, a temática de identificação com o agronegócio. O produto carrega também o diferencial de personalização por parte do produtor rural, que poderá optar por imagens escolhidas e geradas por ele mesmo, como, por exemplo, a foto da sua propriedade rural ou agroempresa. Atualmente, o Banco já disponibiliza para seus clientes os cartões Ourocard Platinum Agronegócios Visa e o Ourocard Empresarial Visa.

Até o final de 2012 a previsão é que cerca de R$ 11 bilhões em créditos rurais sejam liberados por meio da ‘família’ de cartões agronegócios – crescimento de 47%. Grande parceiro e incentivador do agronegócio brasileiro, o BB utiliza todo o seu conhecimento e expertise na busca de soluções para melhor atender aos seus clientes produtores rurais. [www.bb.com.br] e redes sociais."

Fonte: http://www.revistafator.com.br/ver_noticia.php?not=214696

Desafios do Agronegócio no Brasil

"Segundo indicadores da (Unctad), a Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento, o Brasil será o maior país agrícola do mundo em dez anos. Em 2006 as exportações cresceram 19,29% em relação a 2005, em termos de saldo, a ampliação em 2007 foi de cerca de US$ 58,4 bilhões, um aumento de 10,8% acima dos US$ 52,04 bilhões de 2006. O país é líder mundial de exportação de açúcar, café, suco de laranja e soja. Assumiu também a dianteira nos segmentos de carne bovina e frango, depois de ultrapassar tradicionais concorrentes, como Estados Unidos e Austrália. Essas boas posições devem consolidar-se ainda mais nos próximos anos. (BORGES, 2007).

Esse montante coloca o Brasil entre os líderes mundiais na produção de soja, milho, açúcar, café, carne bovina e de frango. Mas todos esses bons resultados, assim como as expectativas futuras, correm sérios riscos de sofrer um pesado revés se os problemas relacionados à infra-estrutura logística - o maior obstáculo para o desenvolvimento do agronegócio do Brasil, não forem solucionados. Um dos grandes entraves é a infra-estrutura, em particular a precariedade da malha rodoviária do país.

De acordo com uma das pesquisas mais recentes sobre o assunto, elaborada pela CNT Confederação Nacional do Transporte (2007), dos 84.832 quilômetros avaliados, 37% encontram-se em estado péssimo de conservação e outros 32% possuem alguma deficiência. Em razão desse tipo de problema, regiões com potencial no agronegócio, como o Nordeste, ainda não conseguiram deslanchar. O agronegócio é justamente o que mais sofre com a ineficiência dos canais de transporte, cujas deficiências são responsáveis por prejuízo correspondente a 16% do PIB, segundo estudo do Centro de Estudos de Logística da Universidade do Rio de Janeiro.

O gargalo logístico envolve praticamente toda a infra-estrutura de transporte do país. As ferrovias, embora tenham recebido investimentos com a privatização, ainda estão longe de suprir a demanda do setor de agronegócio e se consolidar como uma alternativa viável ao transporte rodoviário. Além da ampliação da malha de 30 mil quilômetros de extensão (praticamente igual a do Japão, país 22 vezes menor que o Brasil) é urgente a modernização do maquinário. Com os trens e bitolas atuais, a velocidade média das composições não ultrapassa lentos 25 km/h. (BORGES, 2007).

Ainda de acordo com a mesma fonte, Ao mesmo tempo, deixamos de fazer uso de canais de transporte de grande potencial, caso dos 42 mil quilômetros de hidrovias, em que apenas 10 mil quilômetros são efetivamente utilizados. Como resultado, sistemas como o do Tietê-Paraná, com 2,4 mil quilômetros e que consumiu US$ 2 bilhões em investimentos públicos em vários governos, escoa apenas 2 milhões de toneladas de carga/ano, apenas 10% de sua capacidade total.

No transporte marítimo de cabotagem (outro canal com grande potencial no Brasil) assistimos a uma situação semelhante. Embora a privatização tenha contribuído para a modernização dos portos, o excesso de mão-de-obra (que chega a ser de três a nove vezes superiores aos portos europeus e sul-americanos) ainda mantém os padrões de produtividade baixos. Enquanto o índice internacional de movimentação é de 40 contêineres/hora, nos portos brasileiros essa média é de 27. É um dos motivos pelos quais todos os anos caminhões formam filas de até 150 quilômetros de extensão para descarregar suas cargas no porto de Paranaguá (PR).

Consciente de que sozinho não conseguirá reverter esse quadro, o governo federal já busca o apoio da iniciativa privada. Por meio do plano de Parceria Público-Privada, que pretende investir R$ 13,68 bilhões em 23 projetos de reformas em rodovias, ferrovias, portos e canais de irrigação nos próximos anos. Na certeza que só as Parcerias Público-Privada, não será suficiente para dotar o país de bom infra-estrutura, o Governo Federal criou o (PAC) Programa de Aceleração do Crescimento lançado no começo de 2007, foi concebido para eliminar esse descompasso e afastar o risco de gargalos nos próximos anos. (PAC, 2009).

O objetivo do programa é aumentar o investimento em infra-estrutura para: eliminar os principais gargalos que podem restringir o crescimento da economia; reduzir custos e aumentar a produtividade das empresas; estimular o aumento do investimento privado; e reduzir as desigualdades regionais. Os investimentos em Infra-Estrutura logística do PAC previstos até 2010 são de R$ 58 bilhões de reais.

É preciso destacar também que, além dos recursos, a iniciativa privada ainda tem muito a contribuir para o desenvolvimento da infra-estrutura do país, incentivando a criação de pólos intermodais de transporte (integração entre os sistemas rodoviário, ferroviário, marítimo, fluvial e aéreo) para redução de custos e aumento do nível de serviços.

Um exemplo do potencial desses pólos é representado por um estudo do Geipot (Empresa Brasileira de Planejamento em Transportes, ligada ao Ministério dos Transportes). Já em 2000, a empresa alertava que o melhor aproveitamento e a utilização racional dos canais de transporte seria capaz de economizar em cerca de US$ 75 milhões os custos anuais de escoamento de grãos. Para ilustrar o que estamos falando, basta destacar que um único comboio na hidrovia Rio Madeira tem capacidade para 18 mil toneladas de grãos, substituindo 600 carretas de 30 toneladas nos eixos Cuiabá (MT) / Santos (SP) e Cuiabá (MT) /Paranaguá (PR). Essa redução dos custos de transporte contribuiria diretamente para reduzir os custos de nossos produtos, tornando-os mais competitivos no mercado internacional. Isso sem falar da economia de combustível e de fretes, na redução do tráfego e desgaste das rodovias.

Outro obstáculo sério ao desenvolvimento pleno do agronegócio está relacionado ao sistema tributário. Com uma economia aberta ao exterior, isto é com possibilidade de exportar e importar qualquer produto do agronegócio, a carga tributária deve ser compatível com a dos nossos competidores. Como nossos concorrentes, inclusive no Mercosul, têm impostos baixos, fica difícil ao produtor brasileiro competir nos mercados externos; vezes há que perde o próprio mercado interno porque os produtos importados chegam mais baratos.

Não há como o produtor rural e a agroindústria serem competitivos com governos vorazes em criar novos impostos, aumentar os atuais e com mecanismos complexos de arrecadação, o que aumenta os custos de produção. A reforma tributária é urgente, com diminuição da carga e simplificação dos procedimentos na tributação. Além das medidas de controle sanitário que também estão na relação de assuntos importantes que vêm sendo negligenciados pelo governo.

O potencial de prejuízos que isso pode acarretar aos produtores já foi demonstrado nos últimos anos. Por causa do surgimento de focos de febre aftosa em Mato Grosso do Sul e no Paraná, segundo Seibel (2007) mais de 50 países impuseram embargo à carne bovina desses estados, que estão entre os maiores produtores nacionais. Além do embargo à carne bovina, o agronegócio brasileiro sofreu com o surto de gripe aviária, que prejudicou as exportações mesmo de países que não registraram casos da doença (como o Brasil).

Como se vê, os obstáculos para o crescimento do agronegócio brasileiro são imensos, mas as soluções também existem e precisam ser colocadas em prática. O que esperamos, é que tanto o governo nas esferas federal, estadual e municipal, quanto a iniciativa privada, mantenham a sua determinação em modernizar a infra-estrutura brasileira, e resolva os problemas domésticos para que o pais se torne a potência do agronegócio do futuro."

Fonte: http://www.eumed.net/cursecon/ecolat/br/09/clbl.htm

EVOLUÇÃO DO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO

"O cenário atual aponta que o Brasil será o maior país agrícola do mundo em dez anos. O agronegócio brasileiro é uma atividade próspera, segura e rentável. (BORGES, 2007). Com um clima diversificado, chuvas regulares, energia solar abundante e quase 13% de toda a água doce disponível no planeta, o Brasil tem 388 milhões de hectares de terras agricultáveis férteis e de alta produtividade, dos quais 90 milhões ainda não foram explorados. Esses fatores fazem do país um lugar de vocação natural para a agropecuária e todos os negócios relacionados à suas cadeias produtivas. O agronegócio é hoje a principal locomotiva da economia brasileira e responde por um em cada três reais gerados no país. (MAPA, 2005).

O Brasil situa-se, no contexto mundial atual, como celeiro mundial em termos de agronegócio. Segundo Rodrigues (2006), o país possui 22% das terras agricultáveis do mundo, além de elevada tecnologia utilizada no campo, dados estes que fazem do agronegócio brasileiro um setor moderno, eficiente e competitivo no cenário internacional. Todo esse cenário brasileiro atual do agronegócio enquadra-se em uma evolução que remonta ao século XVI. Com isso, faz-se mister ressaltar seus antecedentes históricos até o cenário atual. O artigo tem como objetivo geral identificar o cenário atual do agronegócio brasileiro, por meio de uma pesquisa bibliográfica, e como objetivos específicos mostrar a sua evolução, suas restrições e desafios."


Modernização do subdesenvolvimento


É necessária uma ponderação final a respeito do triunfalismo freqüentemente alardeado ao agronegócio no Brasil. Os resultados econômicos surpreendentes da modernização do campo, através do agronegócio, reforçaram ainda mais a 
vulnerabilidade econômica que caracteriza um país exportador de produtos agrícolas ou de baixo valor agregado.

É crescente a participação das corporações multinacionais nas atividades mais lucrativas, como também é significativo o número de trabalhadores rurais contratados, pelas grandes empresas agropecuárias, apenas em épocas de plantio e de colheita. 

Do outro lado desta estrutura moderna, vive um número expressivo depequenos produtores rurais, marginalizados das políticas governamentais de crédito e apoio técnico à produção. Assim mesmo, apesar de todas as limitações e dificuldades, as pequenas e médias propriedades respondem pela maior parte do abastecimento do mercado interno brasileiro e pela maior parte dos empregos existentes no meio rural. De acordo com o 2º. Plano Nacional de Reforma Agrária, a agricultura familiar responde por 37,8% da produção, mas consome apenas 25,3% do crédito, enquanto a patronal, que responde por 61% da produção, consome 73,8% do crédito. 

Poderiam, ainda, ser acrescentados os impactos ambientais do modelo de expansão agrária, que aceleram o desmatamento com a ocupação indiscriminada do solo e estimulam a concentração fundiária. O agronegócio já destruiu quase metade da região do cerrado brasileiro, onde existem mais de 400 espécies endêmicas de arbustos e uma diversidade de animais ameaçados de extinção.

A expansão da soja no Mato Grosso tem sido responsável pelo desmatamento recorde da floresta amazônica. Os impactos ambientais também estão associados à ampliação da exportação de madeira. Produtos derivados e móveis contribuem em média com 10% das exportações do setor.


Fonte : 
http://educacao.uol.com.br/geografia/agronegocio-atividade-alavanca-exportacoes-do-brasil.jhtm





  Problemas de logística



Apesar dos recordes sucessivos da safra brasileira na última década e da modernização do sistema produtivo, os sistemas de transporte e de armazenamento constituem graves entraves ao desenvolvimento contínuo, pontos frágeis que comprometem um melhor desempenho e a expansão do agronegócio no Brasil. Em outras palavras, o caminho da fazenda até o porto de exportação num país de grande dimensão territorial como o Brasil é muito longo, necessitando de silos para estocagem dos produtos e um bom sistema de transporte. 


A performance conquistada pela produção agropecuária em particular e pelo agronegócio em geral esbarra em um sistema de transporte baseado em estradas de rodagem em péssimo estado de conservação e portos mal aparelhados para atender a crescente demanda das exportações brasileiras.

transporte ferroviário é insuficiente, as hidrovias além da baixa extensão são subaproveitadas e, apesar do extenso litoral do país, a navegação de cabotagem não ocupa lugar de destaque. Mais que isso, não existe um planejamento adequado para melhor integração dos diferentes meios de transporte. Tudo isso compromete o custo final do produto, coloca em risco a competitividade e impede que muitos negócios sejam cumpridos nos prazos estipulados em contrato. 

Quatro décadas de plantio direto no Brasil


Entrevistado: Antonio Roque Dechem
Professor do Departamento de Ciência do Solo (LSO), da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz". Dechen é vice-reitor executivo de administração da USP e presidente da Fundação Agrisus, Agricultura Sustentável.

"Em 6 de agosto, na cidade de São Paulo (SP), ocorreu o 11º Congresso Brasileiro do Agronegócio, realizado pela Associação Brasileira do Agronegócio (Abag). O evento reuniu  grandes experts do agronegócio brasileiro e, neste ano, homenageou Hebert Bartz, produtor agrícola introdutor do sistema de plantio direto no Brasil. Para falar sobre a importância desse sistema, que esse ano completa quatro décadas no País, entrevistamos Antonio Roque Dechen, professor do Departamento de Ciência do Solo (LSO), da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”. Dechen é vice-reitor executivo de administração da USP e presidente da Fundação Agrisus, Agricultura Sustentável.

Comente o início do sistema de plantio direto

Nos anos 70, no Paraná, o agricultor alemão Herbert Bartz começou a estimular o chamado plantio direto na palha, sistema de aumento na cobertura do solo que impede o escorrimento da água e a perda da mesma. Na época, foi um processo difícil, mas hoje o Brasil conta com mais de 35 milhões de hectares cultivados dessa maneira. Toda a área cultivada com soja no Paraná e no Mato Grosso utiliza-se desse sistema. Pode-se dizer que o Brasil ganhou muito com a adoção desse tipo de cultivo que está completando ano 40 anos.

Quais são as principais vantagens desse sistema para o agricultor?

Entre os ganhos estão a economia do solo, a diminuição do sistema erosivo, o fato de não ter queimas, a melhora das condições de física e de fertilidade do solo e também da parte microbiológica do solo. A principal vantagem para o agricultor é manter a sustentabilidade, não só da produção, mas também da sua propriedade. A partir do momento em que o agricultor não tem um manejo adequado e há o processo de erosão, ele está perdendo algo que a natureza leva centenas de anos para produzir que é um milímetro de solo no seu sistema de formação. Isso leva muitos anos e se perde facilmente em uma grande enxurrada.

No início, o sistema de plantio direto teve alguns entraves. Entre eles estava a questão de adequação de máquinas agrícolas?

Exatamente, já existia uma tecnologia, uma padronização dos tipos de máquinas e, de repente, foi preciso mudar toda essa estrutura. Além disso, há necessidade de novas técnicas de manejo, como o cuidado com a queima, devido à maior quantidade de palha sobre o solo. De repente, uma pequena fagulha pode ocasionar uma queima enorme e um prejuízo muito grande. O Brasil tem que se prevenir. Afinal, temos hoje, em algumas regiões, principalmente no sul, áreas que estão desertificadas pela intensa utilização agrícola e pela não reposição dos vegetais, que geram aspectos erosivos. Depois, para fazer essa recomposição é muito caro e demorado. Para sermos competitivos, internacionalmente, precisamos oferecer qualidade no material que estamos produzindo.

Todas as culturas vão bem com plantio direto?

Todas as culturas anuais, de uma forma geral, vão muito bem.

Esse é um sistema que usa menos água?

Na realidade não é que ele use menos água, mas é que, a partir do momento em que você tem uma cobertura de palha de 20, até 30 cm, a incidência dos raios solares não vai atingir diretamente o solo, diminuindo a evaporação, além de não haver o escorrimento. Quando você não tem o solo coberto, a água vai escorrer e arrastar partículas de solo.

Quais foram as principais culturas que adotaram esse sistema de plantio direto?

Primeiro o algodão e depois a soja. O algodão porque, na década de 1970, era uma cultura de grande escala no Paraná e em São Paulo. Na época, nós não tínhamos soja, sua cultura estava no início. Eu me formei em 1973 e tive poucas aulas e informações sobre ela. O café, o algodão e a cana eram as culturas de grande impacto na época.

O sistema de plantio direto ganha força porque ele é bom de fato ou porque, a partir da década de 1970, o mundo todo passou a falar de sustentabilidade na indústria, nas relações humanas, no consumo, na emissão de lixo e gases tóxicos?

A sustentabilidade é o carro chefe. Mas, não existe sustentabilidade se não existir retorno comercial.  O agricultor não vai aceitar ter prejuízo na sua produção. Hoje o plantio direto é aceito e aplicado porque, além da sustentabilidade, ele é rentável para os produtores. Esse é o foco. O agricultor está consciente desse fato. Participei na semana passada, em Passo Fundo (RS), da reunião da Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha, que contou com 600 participantes, a maioria agricultores, todos ávidos por novidades e inovações de como fazer para continuar ampliando seu sistema de plantio direto. Em estados como Paraná e Mato Grosso isso é rotineiro e muito bem adotado. As empresas fabricantes de máquinas agrícolas  já tem o seu cenário voltado pra isso.

Além do plantio direto, que outros sistemas agrícolas pode destacar?

Atualmente, há uma grande evolução no chamado sistema de integração lavoura-pecuária, por meio do qual há a renovação de áreas “degradadas”. Nele, utiliza-se o processo da produção de gado para recomposição de solo.

A comunidade científica tem se aproximado dessa evolução no campo?

Em São Paulo, existe um grupo de pesquisadores coordenado pelo professor José Otávio Machado Menten, do Departamento de Fitopatologia e Nematologia da ESALQ, chamado Conselho Científico para Agricultura Sustentável, cujo objetivo é disseminar boas práticas agrícolas e trabalhar para a disseminação da tecnologia. Além disso, existe um programa feito pelo pesquisador André Pessoa, o Rally da Safra, que percorre todas as regiões produtoras de soja e de milho fazendo o levantamento da produção, de atividades feitas com o plantio direto, e isso tem levado o País a um cenário de inserção internacional porque a qualidade na produção agrícola passa pela qualidade na gestão do ambiente. Atualmente, os residentes da zona rural estão disseminando-se, gerando um aumento na população das áreas urbanas e na produção agrícola, que, por sua vez, deve ocorrer com eficiência, não apenas a eficiência de aumento de produção, mas com aumento da qualidade e da sustentabilidade dessa produção."

Fonte: http://www.portaldoagronegocio.com.br/entrevista.php?id=151

Atividade alavanca exportações do Brasil

agronegócio é formado por um conjunto de atividades interdependentes que têm em seu centro a agropecuária. Num dos pólos dessas atividades estão os fornecedores de máquinas, equipamentos e insumos agrícolas e, no outro, as atividades de processamento industrial, de distribuição e serviços.

Dessa forma, estão articulados três setores de atividade econômica:primário (agropecuária e extração vegetal), secundário (indústria) e terciário(distribuição e comercialização).


reprodução

   O agronegócio no Brasil

O agronegócio agrupa as atividades econômicas que mais cresceram no início do século 21 no Brasil. Em 2004, empregava a terça parte da população economicamente ativa (PEA) e contribuiu com 43% das exportações totais do país (US$ 39 bilhões, um recorde, com crescimento de 27% sobre as exportações de 2003) 34% do PÌB (Produto Interno Bruto).

Mas deve-se ressaltar que nessas cifras estão incluídas, além da produção agrícola, a extração vegetal (madeira), os insumos e equipamentos (como sementes, fertilizantes, defensivos, tratores e máquinas agrícolas em geral) como também o processamento industrial, transporte e comercialização, como pode ser verificado no esquema. 

A safra brasileira de grãos bate sucessivos recordes a cada ano, a pecuária tem a maior fatia do mercado internacional, o suco de laranja tomou conta de quase todo o planeta (cerca de 80% do suco comercializado em todo o mundo). Acrescenta-se ainda a liderança de outros produtos como a carne de frango, o açúcar, o café, o tabaco, etc. Em relação ao conjunto de atividades que formam o agronegócio, a maior parte do valor do PIB é agregado nas atividades de industrialização e distribuição, restando apenas 30% para a agropecuária.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012


Problemas atuais do agronegócio

"Não façam julgamentos tendenciosos! Procurem assimilar as informações, aceitar que elas são verdadeiras, e depois refletir. É retratada, no vídeo, a concentração de terras no Brasil e seus impactos sociais e ambientais."

Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=qLf-rsw246Y&feature=related

A proteção da biodiversidade pela ótica do agronegocio predatório


Cresce o agronegócio no Brasil

"O crescimento da produção de milho no ano passado foi expressivo. Esse aumento mostra a influência agrícola e nutricional do alimento para os brasileiros. Veja na reportagem Elisa Ventura."



Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=hEXS2zGzFzE&noredirect=1

A farsa do agronegócio

"Gustavo Barreto, 27 de setembro, 2004
Deveria estar no centro das atenções da população brasileira o que acontece no campo no que diz respeito às atividades agrícolas. Daí decorre a maior parte dos problemas lá vividos. Novo grande campo de batalha entre a elite e os trabalhadores, o tema diz respeito à dignidade da população pobre, o respeito ao meio ambiente (com previsível dano à saúde coletiva) e a fortes interesses econômicos de grandes proprietários de terra. E lá está a Veja, mais uma vez, pregando ao lado da elite econômica.

Saiu no baluarte midiático do atraso nacional a mais nova peça publicitária sobre o agronegócio. É dirigida ao brasileiro médio, que lê revista tentando achar referência para a confusão imposta pelas informações superficiais da televisão.

Despeja a revista Veja em suas páginas (Edição 1873, 29/9/2004): "Entre 1990 e 2002, o PIB agropecuário cresceu numa média de 3,20%, enquanto a economia como um todo ficou em 2,70%. Nos últimos cinco anos, o ritmo de crescimento do setor foi quase o dobro do registrado pelo país. Os agricultores brasileiros são os mais competitivos na produção de açúcar, soja, algodão e laranja. O país já é o maior exportador mundial de carne bovina e de frango. Junto, o agronegócio representa cerca de 35% da economia brasileira."

Diz ainda: "A idéia de que a grande lavoura beneficiava um número reduzido de pessoas e que a melhor arma contra a pobreza era única e exclusivamente a agricultura familiar está caindo por terra. Toda vez que a produção agrícola de um país em desenvolvimento cresce 1%, a renda dos mais pobres aumenta em uma proporção maior, 1,6%". Cita Kevin Cleaver, diretor do departamento de desenvolvimento rural do Banco Mundial, que ressalta a suposta humanidade do agronegócio."

Fonte: http://www.consciencia.net/2004/mes/10/mst-veja.html

O debate nos meios acadêmicos e jornais

"O poder de influência do agronegócio é tão grande que afeta também intelectuais e jornalistas, que reproduzem a luta ideológica nos meios universitários e na imprensa. É comum vermos artigos e reportagens cantando em prosa e verso as belezas do agronegócio. Alguns intelectuais, inclusive com origem na esquerda, defendem que a saída para a pequena agricultura seria também entrar no agronegócio. Sindicalistas já copiaram mal essa idéia e chegam a falar em "agronegocinho". Não percebem que, de fato, há uma luta entre dois modos de organizar a produção agrícola em nossa sociedade. O modo do agronegócio, que já descrevemos acima, e de outro lado, a agricultura camponesa, baseada em estabelecimentos agrícolas familiares, menores, que se dedicam à policultura (produzem vários produtos) de alimentos, dão trabalho a milhares de pessoas, da família e de fora dela, que produzem e desenvolvem o mercado local e interno.

Alguns chegam a argumentar que é possível a convivência dos dois modelos. Trata-se apenas de uma forma envergonhada de defender o agronegócio. É claro que sempre haverá unidades de produção maiores e que se dedicam à exportação. É preciso identificar que tipo de prioridade e de política agrícola o governo e a sociedade defendem.

A nossa sociedade vai usar a terra e a agricultura para produzir alimentos, distribuir renda e fixar o homem no território ou vai entregar as terras para as grandes fazendas, que vão expulsar a população, ganhar muito dinheiro e dar prioridade para a exportação?

Essa é a verdadeira disputa. São dois projetos de agricultura para o Brasil. Por essa razão, os representantes do agronegócio atacam tanto a Reforma Agrária. Aparentemente, não há relação afinal, se o agronegócio possui fazendas produtivas, elas estão a salvo da desapropriação. Então, por que o agronegócio ataca a Reforma Agrária, inclusive por intermédio dos ministros da Agricultura e da Fazenda?

Por duas razões: primeiro, porque eles sabem que a Reforma Agrária fortalece o modelo contrário de ocupação da terra e de produção agrícola. Em segundo lugar, porque eles também são proprietários do latifúndio improdutivo, que ao invés de ser compartilhado para ter uma função social, gerar emprego, distribuir renda e melhorar as condições de vida de nosso povo, é mantido como uma espécie de reserva de valor, para especulação ou para futura expansão de suas fazendas.

Portanto, não é possível compatibilizar os dois modelos. Eles poderão conviver por muito tempo, mas, do ponto de vista de proposta para a nossa sociedade, é preciso se definir: ou se defende a forma do agronegócio, ou se defende a agricultura camponesa, a fixação do homem no campo e a soberania alimentar. Definir-se pelo modo de produzir do agronegócio é aceitar também o modelo econômico neoliberal dominado pelos bancos, pelo capital financeiro e pelas transnacionais."

Fonte: http://resistir.info/brasil/agronegocio.html#6

Renegociação das dívidas dos latifundiários no Nordeste

"Os privilegiados de sempre fazem tudo para manter as coisas como estão. Nesta semana querem que suas dívidas sejam roladas para o tesouro nacional pagar. Os latifundiários do nordeste pedem um repasse de 7 mil milhões de reais ao cofres públicos. Com o dinheiro, apenas 30 mil médios e grandes fazendeiros (que eles incluem pequenos) serão beneficiados. Os 4 milhões de camponeses e camponesas nordestinos não serão atendidos.

Em todo o país, as dívidas anteriores a 1995 dos produtores rurais ligados ao agronegócio somam 26 mil milhões de reais. Elas já foram renegociadas em 1995, quando todos os devedores médios e grandes com dívidas 200 mil reais tiveram os prazos de pagamento alongados e taxas menores. Aqueles que tinham dívidas acima de 200 mil reais entraram no Programa Especial de Saneamento de Ativos (PESA), criado pela lei 9.318.

Em 1998, quando venceu o prazo para o início do pagamento das dívidas dos ruralistas que optaram pela securitização, o governo federal autorizou mais dois anos de carência e novas taxas de juros, além de beneficiar os fazendeiros no PESA. Permitiu-se o pagamento de, no mínimo, 32,5% da parcela inicial até 31 de outubro de 2001 e o restante da prestação foi incorporado ao saldo devedor para ser pago em parcelas anuais até 2025. A inadimplência chega a 90%. Já entre os pequenos produtores e assentados, os atrasos no pagamento são inferiores a 2%.

Com esse dinheiro seria possível resolver os problemas dos pobres do campo. Porém, com o povo brasileiro pagando as dívidas dos fazendeiros e sem produzir para a nação, o agronegócio sai mais uma vez ganhando. A Câmara e o Senado já aprovaram a renegociação para os latifundiários nordestinos, mas esperamos que o Presidente Lula vete mais essa manobra. "

Fonte: http://resistir.info/brasil/agronegocio.html#5

O peso do agronegócio em nossa sociedade

"Técnicos e estudiosos do Ministério do Desenvolvimento Agrário, do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), dos organismos do governo e também vinculados a diversas universidades prepararam em 2003 o Plano Nacional de Reforma Agrária. Foram utilizados os últimos dados estatísticos oficiais recolhidos pelo IBGE, no censo agropecuário de 1996, e no cadastro do Incra de 2003. A partir deles, o professor Ariovaldo Umbelino Oliveira, da USP (Universidade de São Paulo), organizou a seguinte tabela de comparação:


1. Produção animal 
IndicadoresPequena / familiarMédia propriedadeGrande / agronegócio
Animal de grande porte46%37%17%
Animais de médio porte86%13%1%
Animais de pequeno porte e aves85%14%1%

2. Produção agrícola total - produto para exportação 
IndicadoresPequena / familiarMédia propriedadeGrande / agronegócio
Algodão55%30%15%
Cacau75%24%1%
Cana-de-açúcar20%47%33%
Laranja51%38%11%
Soja34%44%22%
Café70%28%2%

3. Produtos de mercado interno e alimentícios 
IndicadoresPequena / familiarMédia propriedadeGrande / agronegócio
Algodão arbóreo76%20%4%
Arroz39%43%18%
Banana85%14%18%
Batata inglesa74%21%5%
Feijão78%17%5%
Fumo99%1%Zero
Mamão60%35%5%
Mandioca92%8%Zero
Milho55%35%10%
Tomate76%19%5%
Trigo61%35%4%
Uva97%3%zero


Fonte: http://resistir.info/brasil/agronegocio.html#4

Brasil e o agronegocio

"O pessoal da cidade fica falando mal do AGRONEGÓCIO, mas o homem do campo que dá boa vida às pessoas da cidade. Se o brasileiro está comprando carros importados e viajando a New York para fazer compras, deveria ficar granto ao homem do campo."


A influência do mercado externo de grãos

 O analista Bruno Perottoni, da Terra Investimentos, dá o panorama do mercado de grãos no exterior com forte influência nos preços das commodities no Brasil.


As influências do agronegócio no governo Lula

"O governo Lula foi eleito em outubro de 2002 com uma propaganda e compromissos claramente contrários à manutenção da política econômica neoliberal, opostos à prioridade dada pelo governo FHC ao agronegócio. Todos aqueles que votaram em Lula queriam mudanças. Caso contrário, teriam votado no candidato tucano José Serra.

No entanto, passadas as eleições, o governo Lula se revelou um governo ambíguo, que apesar de prometer mudanças, se baseou em alianças de partidos e de classe que ainda defendem o neoliberalismo, ficando refém do capital financeiro internacional. Na política econômica, administrada pelo Ministério da Fazenda e pelo Banco Central, manteve-se a linha anterior, com responsáveis claramente identificados com o partido perdedor. Para o Ministério da Indústria e Comércio, que cuida das exportações (mas poderia cuidar do mercado interno) e para o Ministério da Agricultura foram nomeados ministros identificados com o modelo do agronegócio. O ministro Luiz Fernando Furlan é sócio da Sadia e o ministro Roberto Rodrigues possui fazendas em Ribeirão Preto e no sul do Maranhão, que se dedicam ao agronegócio da soja, cana e laranja.

Na política do setor público agrícola, o governo não conseguiu reverter ainda o quadro de abstenção do Estado. No crédito rural, houve um esforço do governo para criar o seguro agrícola, que interessa particularmente aos pequenos agricultores. Houve um esforço para aumentar os recursos de crédito destinados à agricultura familiar, através do Pronaf, que saltaram de 2 mil milhões para 5 mil milhões de reais. Mas isso não significa mudanças na estrutura fundiária. Os recursos públicos que estão sendo alocados pelo Banco do Brasil e pelo BNDES para as fazendas que se dedicam à exportação não foram reduzidos. O próprio Banco do Brasil fez propaganda nos jornais e revistas, mostrando que concedeu um volume de crédito de mais de 5 mil milhões de reais para aquelas dez empresas transnacionais que controlam a agricultura e para algumas poucas empresas transnacionais da celulose. Ou seja, menos de 15 empresas receberam o mesmo volume dos recursos que foram destinados para 4 milhões de agricultores familiares.

Dessa forma, embora o governo tenha se comprometido com a Reforma Agrária e com o fortalecimento da agricultura camponesa, na prática os Ministérios mais fortes atuam claramente priorizando a agricultura do agronegócio, a monocultura e exportação de grãos."

Fonte: http://resistir.info/brasil/agronegocio.html#3

A falsa propaganda do agronegócio e sua aliança de classe


"Nos últimos anos, os meios de comunicação brasileiros, principalmente os grandes jornais e as televisões, têm feito propaganda sistemática em favor do modelo do agronegócio, como se fosse a salvação do Brasil. Colocam-no como o responsável pelo crescimento de nossa economia, pela geração de empregos, por uma agricultura moderna e pela produção de alimentos.

Todos esses argumentos utilizados na propaganda não se sustentam em uma análise mais rigorosa:

O agronegócio é responsável pelo crescimento econômico do PIB: as atividades agrícolas propriamente ditas, lavoura e pecuária, correspondem a apenas 12% de toda a produção nacional. Então, mesmo que a agricultura dobre o valor ou o volume de produção, sua influência na economia total é muito pequena. Os propagandistas do agronegócio costumam misturar a agricultura com agroindústria, para dizer que o peso na economia aumenta para 37%. Mesmo assim, o peso e o crescimento da agroindústria não dependem da área cultivada, mas do mercado consumidor. Se o povo da cidade tiver dinheiro para comprar mais alimentos, aumenta a agroindústria no Brasil. Portanto, seu sucesso depende do valor do salário mínimo e da distribuição de renda nos centros urbanos.

O agronegócio é responsável pelo sucesso da indústria: nada mais fantasioso. No final da década de 1970 e início da década de 1980, no auge da agricultura subordinada à indústria e com crédito fácil para expandir a industrialização da lavoura, cerca de 65 mil tratores eram vendidos por ano, de todos os tipos. Passaram-se 30 anos, implantou-se o agronegócio do neoliberalismo e a venda de máquinas em 2004, no auge do sucesso apregoado, foi de apenas 37 mil unidades. As indústrias tiveram de vender outras 35 mil unidades para o exterior para não falirem. Pior: pelos dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no último censo, as fazendas com mais de 2 mil hectares tinham no seu patrimônio apenas 35 mil tratores. Por outro lado, as pequenas propriedades, com menos de 200 hectares, tinham mais de 500 mil tratores.

O agronegócio tomou conta da agricultura brasileira: se o agronegócio fosse tão bom, por que não aumenta a área cultivada no Brasil? Desde a década de 1980, a área total cultivada com lavoura temporária não passa de 45 milhões de hectares.

O agronegócio é a atividade que gera emprego no meio rural: pelos dados do IBGE, nas fazendas acima de 2 mil hectares há apenas 350 mil trabalhadores assalariados. Bem menos do que os 900 mil assalariados que a pequena propriedade emprega. Ou seja, o modo de produzir da fazenda do agronegócio, que se moderniza permanentemente, expulsa mão-de-obra do campo, ao invés de gerar emprego aos trabalhadores.

O agronegócio distribui renda no campo: a escravidão no campo continua e os lucros se restringem aos proprietários das fazendas.

O agronegócio significa desenvolvimento dos municípios e das economias locais: em todas as regiões nas quais predominam as fazendas do agronegócio, a renda dos latifúndios é levada para os grandes centros. Seja porque a maior parte do seu custo de produção (máquinas, venenos, sementes) vem de outros centros e, portanto, ao pagar esses custos, o dinheiro volta para lá; seja porque o seu proprietário raramente vive na cidade em que se localiza a fazenda. Em geral, ele mora nos grandes centros e, portanto, quanto aufere seu lucro com as exportações, aplica em consumo de luxo, apartamentos, etc. Sequer o "rancho" para seus empregados é adquirido no comércio local, sendo comprado, em geral, em centros mais distantes, onde os preços são menores. Por isso, as cidades dominadas pelo agronegócio, ao contrário de se desenvolverem, sofrem com o inchaço provocado pelo êxodo rural, aumentando a pobreza de suas periferias. Cenário completamente distinto dos locais em que predomina a policultura, a produção de alimentos e a pequena agricultura, que mantém e faz girar toda a riqueza no próprio município.
Se essas informações são oficiais e de fato as fazendas do agronegócio não representam solução para os problemas agrícolas e sociais brasileiros, por que então se faz tanta propaganda? Por uma questão ideológica. Está em curso na sociedade brasileira uma disputa de modelo econômico e de produção agrícola. As fazendas do agronegócio representam a parcela da burguesia nacional que possui ativos na agricultura e que se aliou, ou melhor, que se subordinou ao capital estrangeiro representado pelos interesses das grandes empresas transnacionais. Essas empresas não só têm participação no lucro obtido do comércio agrícola internacional e das agroindústrias, como mantém fortes laços econômicos e ideológicos com as empresas de comunicação de massas. Está em curso uma tríplice aliança entre os fazendeiros do agronegócio, as empresas transnacionais que controlam a agricultura e as empresas de comunicação.

Apenas 10 transnacionais têm o controle monopólico das principais atividades agrícolas do país. São elas: Bunge, Cargill, Monsanto, Nestlé, Danone, Basf, ADM, Bayer, Sygenta e Norvartis. Basta olhar seus comerciais nas televisões e ver o seu grau de envolvimento com a mídia."

Fonte: http://resistir.info/brasil/agronegocio.html#2

O que é o agronegócio?


"A palavra agronegócio tem um sentido genérico, referindo-se a todas as atividades de comércio com produtos agrícolas. Quando um pequeno agricultor vende um produto na feira está praticando um agronegócio. Quando um feirante vende frutas e verduras está praticando agronegócio. Essa é a essência do sentido da palavra, usada em nível internacional.

No entanto, aqui no Brasil a expressão foi utilizada pelos fazendeiros, por intelectuais das universidades e, sobretudo, pela imprensa para designar uma característica da produção no meio rural. Eles denominaram de agronegócio aquelas fazendas modernas, que utilizam grandes extensões de terra e se dedicam à monocultura. Ou seja, que se especializam num só produto, tem alta tecnologia, mecanização - às vezes irrigação - pouca mão-de-obra, e por isso, falam com orgulho que conseguem alta produtividade do trabalho. Tudo baseado em baixos salários, uso intensivo de agrotóxicos e de sementes transgênicas. Na maior parte dos casos, a produção é para a exportação. Em especial, cana-de-açúcar, café, algodão, soja, laranja, cacau, além da pecuária intensiva. Esse tipo de fazenda é o chamado agronegócio.

Mas o que há de novo? Nada. Se estudarmos com atenção, é o mesmo tipo de modo de produção que foi utilizado no período da Colônia, nos tempos do modelo agroexportador. Muda-se apenas de trabalhador escravizado para assalariado e as técnicas passam a ser modernas. E esses salários, segundo estudos, são os menores em comparação com as remunerações da indústria, do comércio e das fazendas dos países desenvolvidos ou competidores. Muitos estudiosos brasileiros afirmam que não são nosso clima e nossa sabedoria agrícola as vantagens comparativas que os fazendeiros brasileiros têm, mas sim a falta de respeito com seus empregados e de controle por parte do governo em relação à agressão que promovem ao meio ambiente, sem nenhuma responsabilidade com as gerações futuras. Há, por exemplo, inúmeras denúncias de agrônomos e cientistas dos estragos que a implantação da soja vem fazendo nos biomas da natureza do cerrado e da pré-Amazônia."

Fonte: http://resistir.info/brasil/agronegocio.html#1