"Gustavo Barreto, 27 de setembro, 2004
Deveria estar no centro das atenções da população brasileira o que acontece no campo no que diz respeito às atividades agrícolas. Daí decorre a maior parte dos problemas lá vividos. Novo grande campo de batalha entre a elite e os trabalhadores, o tema diz respeito à dignidade da população pobre, o respeito ao meio ambiente (com previsível dano à saúde coletiva) e a fortes interesses econômicos de grandes proprietários de terra. E lá está a Veja, mais uma vez, pregando ao lado da elite econômica.
Saiu no baluarte midiático do atraso nacional a mais nova peça publicitária sobre o agronegócio. É dirigida ao brasileiro médio, que lê revista tentando achar referência para a confusão imposta pelas informações superficiais da televisão.
Despeja a revista Veja em suas páginas (Edição 1873, 29/9/2004): "Entre 1990 e 2002, o PIB agropecuário cresceu numa média de 3,20%, enquanto a economia como um todo ficou em 2,70%. Nos últimos cinco anos, o ritmo de crescimento do setor foi quase o dobro do registrado pelo país. Os agricultores brasileiros são os mais competitivos na produção de açúcar, soja, algodão e laranja. O país já é o maior exportador mundial de carne bovina e de frango. Junto, o agronegócio representa cerca de 35% da economia brasileira."
Diz ainda: "A idéia de que a grande lavoura beneficiava um número reduzido de pessoas e que a melhor arma contra a pobreza era única e exclusivamente a agricultura familiar está caindo por terra. Toda vez que a produção agrícola de um país em desenvolvimento cresce 1%, a renda dos mais pobres aumenta em uma proporção maior, 1,6%". Cita Kevin Cleaver, diretor do departamento de desenvolvimento rural do Banco Mundial, que ressalta a suposta humanidade do agronegócio."
Fonte: http://www.consciencia.net/2004/mes/10/mst-veja.html
 
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